Paulo Vieira

Os desafios de se empreender no Brasil de hoje

Recentemente foi publicado o relatório anual do GEM (Global Entrepreneurship Monitor) de 2015.
Baseado em dados do SEBRAE, SENAC, SENAI, entre outras entidades de classe, o relatório nos traz uma boa radiografia das principais dificuldades enfrentadas pelos novos empreendedores.
A nosso favor, temos a grande vontade de empreender, sobretudo em 2015, quando a crescente onda de desemprego impeliu muitos brasileiros nesta trajetória, mas inversamente proporcional a este favorecedor, temos a falta de preparo e de capacitação para enfrentar os outros grandes desafios como fazer um bom planejamento e saber gerenciar seus custos. Isto faz com que surjam inúmeras iniciativas que se frustram logo nos primeiros passos ou que se deparam com uma realidade muito diferente das expectativas iniciais.
Em minha experiência como consultor para novos negócios, não raro me deparei com business plans que simplesmente ignoravam os custos envolvidos num processo teoricamente estudado pelo candidato a empreendedor. Em algumas ocasiões, fui obrigado a demonstrar a total inviabilidade do negócio como concebido. Isto é prova da real falta de preparo de muitos, sobretudo os da faixa etária que mais empreendeu em 2015, dos 25 aos 34 anos, e que apresentam a maior discrepância entre aquilo que se concebeu inicialmente e o que se estabeleceu de fato como negócio.
De certa forma, temos aí um contrassenso, pois justamente esta faixa etária é a que mais tem acesso à informação e à educação, uma vez que estão cursando ou concluindo seus cursos superiores e poderiam desfrutar de todas as benesses da tecnologia e do acesso à informação, prática e acadêmica, da maneira mais proveitosa, mas que infelizmente não o fazem ou não assimilam os dados disponíveis.
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Num mercado competitivo e em tempos de crise, não podemos nos dar ao luxo de negligenciar custos ou estoques e a capacidade produtiva deve ser explorada ao máximo. Tudo isto sempre ancorado em objetivos de curto, médio e longo prazos. Deixar de explorar as inúmeras possibilidades que a tecnologia e o acesso à informação podem nos proporcionar será um erro fatal neste caminho árduo que é empreender no Brasil de hoje.
Convido-os a refletir sobre os muitos outros aspectos do relatório do GEM disponível aqui.
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Como surgiu o ERP?

O que hoje conhecemos como sistemas integrados de gestão, ou ERPs, são o reflexo imediato da evolução das empresas e da forma de se fazer negócios.
Não quero aqui descrever a história da TI, mas vale lembrar que os grandes saltos evolutivos dos sistemas de gestão sempre foram resultado de grandes mudanças no mercado e, consequentemente, das empresas.
Vamos lá!


1945 – 1950 – A bonança
Com o fim da Segunda Grande Guerra, a demanda por produtos  no mundo era gigantesca e as empresas já não conseguiam atender aos clientes de  forma satisfatória, tendo estes que esperar muitas vezes mais de um ano pela produção de seus pedidos.
As empresas só precisavam se preocupar em produzir e produzir. Nada mais.
Meados dos anos 1950 – A queda da demanda
Obviamente a demanda diminuiu e, como consequência da demora de tal percepção, as empresas continuaram a produzir e produzir, o que começou a gerar grandes estoques, uma vez que o volume de pedidos já não era mais como antigamente.
As empresas começam a trabalhar com previsões de procura e desenvolver técnicas para não superlotarem seus estoques.
1959 – 1969 – A busca pela eficiência
Diante das inúmeras técnicas para produzir não muito mais do que o necessário, a Bosch, aliada à IBM e à Unisys, decidem desenvolver um sistema que gerencie o processo como um todo. Ou seja, considerando a capacidade produtiva, as ordens de produção e um rigoroso controle de inventário, o sistema consegue planejar a produção de maneira muito mais eficiente.
As empresas passam a se preocupar em utilizar seus recursos da melhor forma possível a fim de tornar mínimo o tempo desperdiçado, atendendo ao máximo de pedidos possível, mas tornando o trabalho processual e mantendo seus estoques em  volumes mínimos.
1970 – 1980 – É preciso mais
Num cenário mundial de expansão econômica, o chão de fábrica já não é mais suficiente para buscar a eficiência, então os sistemas invadem os processos que antecedem e precedem a produção em si. Primeiramente o processo de compras deve ser envolvido, pois precisa adquirir os insumos necessários à produção e, para pagar às tais compras, é preciso que o processo de pagamentos também esteja integrado e assim cada vez mais processos são “amarrados” ao todo.
As empresas percebem que suas áreas não podem permanecer isoladas e a integração é inevitável para se manter competitivo.
1990 – 2000 – O boom tecnológico
Com o acesso a computadores pessoais, acessíveis e interligados, o uso da tecnologia para otimizar processos empresariais se torna mandatório e a queda das barreiras internacionais promove a disseminação de modelos de gestão tornando as empresas cada vez mais competitivas e o mercado extremamente agressivo.
As empresas precisam estar tecnologicamente equipadas para sobreviver num cenário como este.
Hoje em dia
A tecnologia dos ERPs chega às pequenas e médias empresas conferindo-lhes potencial ilimitado para participar do mercado junto às grandes, mas a eficiência operacional é mandatória e, para isso, conhecer seus custos em detalhes e acompanhar suas variações em tempo real é fundamental.
As empresas devem estar sempre atentas ao comportamento de seus clientes, antevendo suas necessidades e devem ser ágeis a ponto de levar ao seu público soluções para os novos desafios que surgem a cada dia.
O cliente torna-se cada vez mais exigente e se não estivermos preparados para responder às suas demandas com a qualidade e preços adequados, ficaremos para traz e, certamente, uma empresa que não utiliza todos os recursos humanos e tecnológicos à disposição em nosso tempo, integrados, em harmonia e em uma estrutura eficiente, sucumbirá à evolução dos mercados.
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Manifesto pela Reconstrução do Brasil

Hoje vivemos um dia histórico. A ruptura do PMDB, maior partido do país, com o governo é o símbolo maior de que não há retorno para a nossa Presidente em sua tardia derrocada.

Aos poucos, a já fragilizada estrutura política do governo vai ruindo e com a perda de seu mais ilustre apoiador, inevitavelmente os demais também abandonarão o barco tornando o processo de impeachment irrefreável.

 

Finalmente temos tudo para ver novamente um país governável e com alguma perspectiva. Já estamos fazendo nossa parte indo para as ruas e nos manifestando nas redes sociais, nos carros e nas janelas de nossas casas. As pesquisas indicam claramente a nossa indignação.

 

E agora? Como iniciamos a reversão do estrago já feito?

 

A G2 e muitas outras empresas tem resistido bravamente fazendo investimentos, contratando mão-de-obra e recusando-se a conformar-se com esta crise que gera desconfiança, que gera cortes, que gera redução de investimentos, que gera desemprego, que gera redução do poder de compra, que gera escassez de novos negócios num ciclo vicioso e extremamente nocivo à saúde econômica de nosso país.

 

Agora que é possível enxergar a luz no fim do túnel, conclamamos todos a fazer a roda voltar a girar!

Acreditamos que se cada uma de nós, empresas de todos os segmentos e tamanhos, estabelecermos como principal meta a reconstrução do Brasil, mesmo que isto signifique abrir mão de nossas margens, viabilizaremos a retomada da economia, mesmo que, inicialmente, pela mera troca de dinheiro, mas temos que continuar comprando e temos que viabilizar as vendas para não demitir e permitir que nossos funcionários comprem para que as empresas aumentem sua produção, para que gerem novos negócios num ciclo virtuoso que nos tirará da UTI.

 

Momentos como este costumam atrair investimentos, basta dar uma rápida olhada nos indicadores econômicos sempre que há uma sinalização de que o Brasil está reagindo e se mobilizando na direção da mudança.

 

Nós da G2 acreditamos nisto e assim agiremos, mas esta reação é algo que só funciona se disseminarmos essa ideia. Contamos com vocês, nossos parceiros, clientes e fornecedores para virarmos o jogo e vencermos esta batalha com o menor número de baixas possível!

Salvar

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Profissionalização nas pequenas e médias empresas

Por Paulo Vieira

Analisando o cenário macro-econômico no qual estamos vivendo, notamos que está cada vez mais raro vermos empresas pequenas e médias sobrevivendo por muito tempo nos moldes empíricos do passado. Nos anos 1980 observávamos uma vasta gama de empresas muito pequenas que obtinham certo êxito e perduravam por décadas gerando empregos e competindo no mercado, mesmo num ambiente não automatizado e cercado de processos manuais. As coisas eram mais lentas, mas funcionavam naquela época.

Hoje o que assistimos é uma grande pressão por melhoria de processos, confiabilidade de informações e agilidade, o que faz com que empresas que se mantenham presas ao passado não durem por muito tempo, pois num mundo que nos cobra velocidade, qualidade e baixos preços torna-se impossível sobreviver com processos críticos, mas cada vez mais commoditizados, tão suscetíveis a falhas humanas.As pequenas e médias empresas viram surgir, nos anos 1970, o que parecia mágica nas grandes multinacionais. O advento do ERP (Enterprise Resource Planning ou, numa tradução livre, Ferramenta de Planejamento de Recursos Empresariais) surgia com o objetivo de integrar processos antes executados de forma isolada por departamentos enormes e conferir grande velocidade e confiabilidade com menos custo. Realidade então distante para os pequenos, sobretudo no Brasil. Ocorre que hoje estes empresários tem conseguido cada vez mais ter sua eficiência equiparada às grandes corporações, pois a tecnologia tem reduzido a distância entre a pequena e a grande empresa. O mercado está repleto de soluções que trazem a maturidade dos grandes empacotada e numa prateleira a preços que nem de longe lembram os milhões de dólares (e anos de trabalho) que se despendia para se ter algo assim.

Man using tablet PC in office --- Image by © Hiya Images/Corbis

O maior exemplo deste sucesso vem dos alemães da SAP que construíram a perfeita combinação neste quesito. Desenvolvendo, em grandes corporações, sistemas integrados de gestão empresarial desde os anos 1970, acumularam em seu produto as melhores práticas de gestão, ou seja, de tudo o que eles viram nas maiores companhias do mundo, notaram que havia uma grande parte em comum entre elas. Estou me referindo à contabilidade, contas a pagar, a receber, folha de pagamento, vendas e compras . Ora, de uma empresa que preste serviços de limpeza até a que constrói arranha-céus ou porta-aviões é fato que encontraremos estes processos, com algumas poucas variações, é claro, mas eles sempre estarão lá e facilmente nos consomem uma grande quantidade de tempo, um grande número de pessoas e um volume considerável de dinheiro para realizar estas atividades tão comuns à todos.

A boa notícia é que esta realidade já não é mais exclusividade dos grandes, pois vimos observando uma adesão cada vez maior por parte das empresas menores à profissionalização de processos e utilização das melhores práticas. Um grande número de soluções conseguem entregar estes processos de maneira confiável e a baixo custo, até os alemães da SAP que hoje, além de ser a escolha das maiores companhias do mundo, também vem ganhando cada vez mais espaço entre as pequenas e médias apresentando uma versão compacta, e de baixo custo de seu ERP original. A solução que começou tímida em meados dos anos 2000, hoje já é consagrada no mercado brasileiro e mundial, não só por trazer a marca mundialmente reconhecida neste tipo de solução, mas principalmente por preservar as principais características do que os tornou grandes: confiabilidade e agilidade. Tanto que, quando observamos o crescente cenário de aquisições e fusões, notamos a grande facilidade com que empresas que já adotam estas práticas conseguem absorver ou serem absorvidas, reduzindo prazos de due diligences e, em muitos casos, elevando suas avaliações financeiras.

O fato é que o empresário deve dedicar-se ao que é realmente estratégico ao seu negócio e não ter uma parcela tão grande de sua atenção consumida por processos legais, burocráticos, contábeis, financeiros ou qualquer outra coisa que não agregue à sua cadeia de valor.

Por fim, notamos que a profissionalização é indispensável (e lucrativa) para as pequenas e médias e que a otimização de processos é sem dúvida alguma um caminho sem volta para se ter êxito no competitivo mercado mundial.