Recentemente foi publicado o relatório anual do GEM (Global Entrepreneurship Monitor) de 2015.
Baseado em dados do SEBRAE, SENAC, SENAI, entre outras entidades de classe, o relatório nos traz uma boa radiografia das principais dificuldades enfrentadas pelos novos empreendedores.
A nosso favor, temos a grande vontade de empreender, sobretudo em 2015, quando a crescente onda de desemprego impeliu muitos brasileiros nesta trajetória, mas inversamente proporcional a este favorecedor, temos a falta de preparo e de capacitação para enfrentar os outros grandes desafios como fazer um bom planejamento e saber gerenciar seus custos. Isto faz com que surjam inúmeras iniciativas que se frustram logo nos primeiros passos ou que se deparam com uma realidade muito diferente das expectativas iniciais.
Em minha experiência como consultor para novos negócios, não raro me deparei com business plans que simplesmente ignoravam os custos envolvidos num processo teoricamente estudado pelo candidato a empreendedor. Em algumas ocasiões, fui obrigado a demonstrar a total inviabilidade do negócio como concebido. Isto é prova da real falta de preparo de muitos, sobretudo os da faixa etária que mais empreendeu em 2015, dos 25 aos 34 anos, e que apresentam a maior discrepância entre aquilo que se concebeu inicialmente e o que se estabeleceu de fato como negócio.
De certa forma, temos aí um contrassenso, pois justamente esta faixa etária é a que mais tem acesso à informação e à educação, uma vez que estão cursando ou concluindo seus cursos superiores e poderiam desfrutar de todas as benesses da tecnologia e do acesso à informação, prática e acadêmica, da maneira mais proveitosa, mas que infelizmente não o fazem ou não assimilam os dados disponíveis.
Num mercado competitivo e em tempos de crise, não podemos nos dar ao luxo de negligenciar custos ou estoques e a capacidade produtiva deve ser explorada ao máximo. Tudo isto sempre ancorado em objetivos de curto, médio e longo prazos. Deixar de explorar as inúmeras possibilidades que a tecnologia e o acesso à informação podem nos proporcionar será um erro fatal neste caminho árduo que é empreender no Brasil de hoje.
Convido-os a refletir sobre os muitos outros aspectos do relatório do GEM disponível aqui.
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