Houve uma época em que as empresas consideravam seus funcionários uma parte do processo. Ou melhor, da máquina. Em outras palavras, quando não estavam mais à altura de suas atribuições, eram simplesmente descartados e substituídos. Como uma peça. Felizmente, tal cenário é diferente nos dias de hoje graças à percepção de que um dos principais ativos em qualquer organização são as pessoas. Por isso, é fundamental compreender os aspectos envolvidos na gestão de pessoas para que se possa obter o melhor de cada indivíduo, a fim de proporcionar seu desenvolvimento em meio às tarefas que executa.
Não obstante, é preciso levar em consideração uma série de fatores: suas competências, habilidades, anseios, desejos, enfim, a maneira como interage em sua esfera de atuação. Nesse sentido, o papel dos líderes assume enormes proporções, como veremos adiante – e é o grande diferencial para a montagem de equipes de sucesso.
Portanto, as primeiras perguntas que gestores devem fazer a si mesmos é a respeito do perfil do profissional que desejam em seu time. Isso inclui, além dos conhecimentos necessários à organização, ou seja, sua qualificação, seus valores, convicções e expectativas.
Humano, demasiado humano
É preciso levar em consideração que esse profissional trabalhará em meio a outras pessoas e, por esta razão, haverá de se relacionar com outros colaboradores e se encaixar na estrutura corporativa. Uma avaliação equivocada nessa etapa fatalmente trará problemas no futuro, com malefícios tanto para a companhia quanto para o próprio funcionário.
Por esta razão, pode-se afirmar, sem embargo, que esse é o primeiro (grande) desafio. Claro, não há uma maneira cem por cento segura para garantir uma contratação acertada, mas é preciso manter em perspectiva a importância cabal de determinar, com clareza, qual é o perfil ideal para esta ou aquela equipe. Respondidas tais questões, surge uma outra indagação: como atrair o profissional adequado?
Dinheiro e benefícios não bastam
Antigamente uma resposta apropriada seria “dinheiro, benefícios e prestígio”; hoje, porém, a possibilidade de crescer junto com a empresa, assim como o desafio proposto e o alinhamento de ideais também são colocados na balança, e muitas vezes funcionam como diferenciais para atrair talentos.
Seja como for, contar com o profissional certo no lugar significa obter bons resultados – para todos. Lee Iacocca, em sua autobiografia, afirma que administrar significa delegar e motivar colaboradores. Muito bem: não há segredo no fato de que a motivação da equipe é a força-motriz para equipes bem-sucedidas, mas tal fator muitas vezes consiste em um nó górdio. Afinal, qual é a melhor maneira para estimular os colaboradores para que deem o melhor de si?
Uma palavra-chave: reconhecimento
Talvez uma das primeiras respostas seja no reconhecimento dos esforços individuais – e em grupo, também. Para entender o quanto tal fator é relevante, basta pensar em como nos sentimos quando damos tudo o que somos capazes e não há uma palavra ou gesto de gratidão – ou seja, quando não reconhecem nosso empenho. Para muitos profissionais, isso está à frente da remuneração – e isso, por si, comprova que os tempos são outros, mesmo. E ainda bem que é assim!
A possibilidade de se desenvolver profissionalmente, a sensação de contribuir para o êxito da empresa, trabalhar em meio a pessoas que admira, ser ouvido pela liderança, ter horários flexíveis (o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho é um dos anseios mais caros nos dias de hoje), oportunidades para coordenar projetos e participar da tomada de decisões são poderosos motivadores nos dias de hoje.
A importância da cultura organizacional
Em outras palavras: todos esses aspectos contribuem sobremaneira para elevar a motivação no ambiente corporativo. Aliás, vale ressaltar que o reconhecimento sob a forma de remuneração e benefícios não deixou de ser importante – mas, como vimos, agora existem outros fatores que podem e devem ser levados em conta.
Evidentemente, nunca é demais sublinhar que os funcionários também devem estar alinhados à cultura organizacional, ou seja, à missão, visão e valores da empresa. A própria competitividade da organização depende da consistência e da disseminação desses aspectos, com clareza e ênfase constante por meio de ações positivas.
Um colaborador que gosta, ou melhor, que sente orgulho por trabalhar em uma empresa, certamente dará o melhor de si em seu dia a dia no trabalho para que a organização atinja seus objetivos estratégicos e, assim, cresça e se mantenha competitiva no mercado em que atua.
O papel do líder
A esta altura, não restam dúvidas de que os líderes, por estarem em contato direto com a equipe, desempenham um papel crucial quando se fala em motivação e resultados. É preciso que estejam preparados para engajar seus subordinados. Ouvir, delegar, cobrar e dar feedbacks – além de ajudar a formar e treinar outros líderes – também fazem parte de suas atribuições.
Sua conduta norteará a postura e as boas práticas no trabalho. Empatia, inteligência emocional e habilidades sociais complementam as características necessárias ao líder para conquistar a confiança dos membros de seu time e, assim, desafiá-los para que superem seus limites e, assim, tenham a oportunidade de ir ainda mais longe em suas carreiras.
Objetivos em comum
Estas foram algumas considerações acerca da importância de formar equipes de sucesso em empresas e organizações. Em que pesem as diferentes habilidades e competências, assim como as características individuais de cada membro de um time, é necessário manter em perspectiva que todos estão reunidos em torno de objetivos comuns.
Por esta razão, é importante que, assim como a missão, visão e valores, haja clareza e transparência no que tange aos resultados esperados, assim como ao papel de cada um nesse processo. Em outras palavras: todos devem remar na mesma direção. E isso, definitivamente, não é possível a menos que todos saibam exatamente aonde chegar.
Todo empreendedor sabe da necessidade de se ter uma boa equipe para se chegar a uma empresa de sucesso. Esse, talvez, seja o maior desafio e um dos grande objetivos. Como diz o velho ditado: uma andorinha só não faz verão. Muito menos se a andorinha for o técnico. Empreender é um “esporte” coletivo e quem ganha o jogo é um time.