Utilities

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A Transformação Digital no setor de utilities

Escrevemos dias atrás sobre os impactos da COVID-19 nas empresas de energia, óleo, gás e saneamento. Assim, como em outros setores, a pandemia foi um fator de aceleração da transformação digital no setor de utilities. O consumidor mudou, as relações B2B mudaram também. O que está acontecendo? A explicação é simples, mas nem sempre escancarada. Muitas vezes, tendemos, especialmente quem tem afinidade com tecnologia, que inovações emergentes estão impulsionando esse “shifting” nos negócios. Mas, a tecnologia é uma reação, quando muito um “veículo” para se obter ganhos operacionais, agilidade e eficiência de processos, melhoria na experiência do consumidor e novos produtos e receitas.

Ou seja, tudo que qualquer empresa deseja. Assim, essa jornada aconteceria com ou sem Covid-19, correto? Em parte. A McKinsey apontou recentemente que as empresas do setor de utilities obtiveram reduções de de até 25% em despesas operacionais e aumento de performance entre 20% e 40%%, especialmente em áreas como segurança e satisfação do consumidor, graças as suas iniciativas de transformação digital.

Apesar dos resultados obtidos, a jornada pela maturidade digital esbarra em disposição de galgar cada passo, capacidade de investimentos e prioridade. E nesse quesito, um outro estudo da mesma Mckinsey coloca o setor de utilities entre aqueles com mais baixa maturidade digital.

Pode-se avaliar que a transformação digital no setor de utilities esbarra em estruturas organizacionais pesadas, em modelos de negócios mais rígidos, infraestrutura operacional e tecnológica complexa e muito robusta e em mercados com pouca mobilidade, o que reduziria a necessidade de inovações, como as que ocorrem no setor de finanças, telecom e varejo, por exemplo.

Os focos de transformação digital no setor de utilities

Isso já está mudando. As empresas de utilities aceleram a busca pela modernização de suas operações e pela melhor experiência de seu consumidor. Analistas apontam que existem inúmeras oportunidades de ganho para empresas de utilities que investem na jornada digital, em especial, pela implementação de automação e pela exploração de rotinas de tratamento de dados (Analytics). Tais iniciativas abrem espaço para:

  • Melhorar a identificação de manutenções preditivas e otimizar seus custos
  • Monitoramento e aumento da produtividade de colaboradores
  • Melhoria da análise e redução dos riscos operacionais
  • Otimização dos investimentos
  • Aumento da satisfação de clientes
  • Construção de redes melhores, mais eficientes e inteligentes
  • Redução de perdas
  • Mais acuracidade na precificação
  • Mais segurança e privacidade
  • Maior controle de custos e fluxo de caixa
  • Maior conformidade com o arcabouço regulatório

Tecnologias que irão transformar as empresas de utilities

Internet das Coisas (IoT)

O uso de sensores em redes de distribuição e máquinas facilitará a prevenção e identificação de problemas, além de melhorar a definição de manutenções preventivas e necessidades de investimentos, avaliar e reduzir perdas.

Analytics & Inteligência Artificial

Informações organizadas e analisadas em temo real possibilitarão melhorar a gestão da demanda em tempos críticos e, assim, antecipar de investimentos a campanhas de consumo consciente e redução de perdas. Os resultados serão potencializados pelo uso de  soluções de machine learning e deep learning.

Smart Homes e Transparência

A medida em que a tecnologia avança e, inclusive a inteligência artificial chega às residências, os clientes residenciais e comerciais passarão cada ve mais a receber informações transparentes de seu consumo e gerar melhor seus gastos de água e energia, especialmente.

Novo Modelo de Distribuição

Produtores bilaterais, avanço de energia renováveis, barateamento de alternativas energética na ponta. Essas iniciativas vão mudar a relação das empresas de utilities com seus consumidores.

 

As iniciativas digitais ganharam fôlego com a pandemia. Se uma modernização do back office às linhas de frentes já era desejável, agora elas são condições sine qua non para a retomada do crescimento e a diferenciação. A competitividade de empresas de energia, óleo, gás, saneamento dependerá cada vez mais do investimento em tecnologia. O digital será o fiel da balança para garantir uma melhor visão estratégica e, assim, melhorar seus planejamentos, reduzir custos e controlar melhor o fluxo de caixa.

 

 

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Impactos da Pandemia no setor de utilities

Todos os setores foram impactados pela crise da COVID-19, com graus de intensidade variados. As empresas de utilities, que incluem empresas de energia, óleo e gás e saneamento estão entre as consideradas mais resilientes diante de uma crise como a que foi produzida pela pandemia da Covid-19. Ainda assim os impactos da Pandemia no setor de utilities são consideráveis.

Um primeiro aspecto que se nota é a mudança rápida no comportamento de consumo, no modelo de trabalho das pessoas e no modelo de negócios das empresas. Rapidamente, a demanda de energia, por exemplo, do setor industrial caiu e do consumo residencial aumentou em virtude do “confinamento”.

 Impactos da Pandemia no setor de óleo e gás

O setor começava a superar o trauma da lava-jato quando veio a pandemia. Queda no preço dos combustíveis, redução da demanda e colapso dos preços do petróleo levaram a Petrobras a reduzir investimentos em ao menos US$ 3,5 bilhões em 2020. No Plano 2021-2025, a estatal reduziu a estimativa de investimentos de US$ 65 para US$ 50 bilhões. Esse ambiente tende a se estender até o final de 2021.

No setor de energia, o consumo, no primeiro semestre, foi 4,5% inferior ao de 2019. No mês de maio, a queda foi de 11% em relação ao mesmo mês do ano passado. Indústria e comércio foram os setores mais afetados. Segundo a ANEEL, as companhias de energia elétrica teriam deixado de arrecadar R$ 14,5 bilhões até o final de novembro.

A área de combustíveis para transportes, que inclui querosene de aviação, GNV e etanol hidratado., chegou a registrar, em abril, queda de 27% na demanda em relação ao mesmo período de 2019.

No Brasil, as Companhias Estaduais de Saneamento Básico são responsáveis pela prestação dos serviços de água e esgoto em cerca de 70% dos municípios, de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

A crise econômica que deve se seguir vai tornar ainda mais difícil promover investimentos em saneamento. O setor já teve impactos operacionais quando deixou de ser incluído nas atividades essenciais, durante as restrições da pandemia.

O papel da tecnologia na recuperação do setor de utilities

Como todas as crises, a pandemia da Covid-19 está gerando transformações para todos os setores, acelerando a digitalização de atividades no que o mercado costumou denominar transformação digital. Além do aspecto econômico, obviamente, mais atividade econômica, mais demanda, mais preços, mais investimentos, a tecnologia torna-se parceiro fundamental de todas as empresas. Não é diferente em utilities.

Internet da Coisas (IoT), Inteligência Artificial, 5G, Big Data. São inúmeras tecnologias e abordagens que vão redefinir o perfil do setor de utilities e deverão ter suas adoções aceleradas (dentro das perspectivas de investimentos possíveis em meio a crise). Essas tecnologias, softwares, hardwares irão baratear ou otimizar investimentos e melhorar a gestão e a operação:

  • Construção de redes melhores, mais eficientes e inteligentes
  • Redução de perdas
  • Mais produtividade da força de trabalho
  • Acuracidade na precificação
  • Mais segurança e privacidade
  • Melhor gestão de riscos – operacionais, financeiro
  • Maior controle de custos e fluxo de caixa
  • Maior conformidade com o arcabouço regulatório
  • Mais estratégia (e com mais consistência) a partir de dados mais confiáveis e análises em real time.

Cenário 2021 para o setor de utilities

Analistas, associações e consultorias continuam apontando algumas possibilidades para 2021, tais como demanda em baixa, adiamento de investimentos por falta de capital e migração de consumo de um subsegmento para outro.

Para se preparar para conter ou recuperar perdas, essas empresas precisarão continuar se reinventando. Notadamente, as empresas já vivem com a necessidade de adequar as operações para que se mantenham factíveis com uma redução de mão de obra, em função de distanciamento espacial e ocorrência de contaminações e quarentenas.

Além disso, é preciso tornar mais eficientes e diversificadas as cadeias de suprimentos para evitar quebras e adequar a estrutura de custos também.

E olhar para o backoffice para que forneça condições de automatizar mais processos, obter informações mais confiáveis. Com mais agilidade e maior facilidade.

De qualquer forma, o setor de utilities está entre os menos impactados, segundo um levantamento da Grand Thornton. Não quer dizer que não tenha sofrido um impacto contundente. No primeiro semestre, a consultoria estimou uma perda próxima de -7% em relação ao segundo semestres do ano anterior, o que coloca utilities no TOP 10 de um ranking liderado por turismo e lazer com perdas de -12%.

O cenário deve ser ajudado ainda pela perspectiva de privatização de 8 empresas, algumas delas no sistema Eletrobrás. A Consultoria tendência também avaliou que apenas cinco estados brasileiros devem encerrar o ano de 2021 com Produto Interno Bruto (PIB) acima do nível pré-pandemia (2019) – Mato Grosso do Sul, Pará, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Goiás. O resultado seria obtido pelos setores de commodities agrícolas e minerais.

O Governo segue otimista. A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia acredita que o crescimento econômico do ano que vem ficará acima de 3%.  Do lado das empresas, é ajustar-se para manter custos sob controle e operação inteligente.

 

 

 

 

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