Faz tempo que não escrevo e hoje fiz essa “produção” inspirada por um bolo, quer dizer, por vários deles. Parece suspeito, mas logo me faço entender.
Se você nos segue nas mídias sociais já se deparou com fotos de bolos de aniversário nos nossos posts. Porque presenteamos os clientes, parceiros e amigos aniversariantes com bolos.
A ideia foi minha. Ideia de copiar a ideia de outra pessoa. Mas achei boa, não quis nada diferente. Presenteamos bolos.
Sempre que o presenteado retorna o agradecimento respondemos sinceramente “é nosso jeito te dar uma pequena festa de aniversário durante seu expediente de trabalho, aproveite com os seus colegas!”. E não é um cupcake, é um belo e bom bolo de aniversário, por isso o conselho de compartilhar.
Às quintas me teletransporto por aquele túnel do Dark, série do Netflix, me sujeitando a uma transformação dramática de alguém, antes no controle da situação, à uma criatura gaga, confusa, com sérias dificuldades em leitura e escrita, são minhas aulas de alemão.
De vez em quando o professor, caridosamente, abstrai um pouco e outro dia explicava a uma das minhas colegas de sala em dieta “a comida é uma forma de recompensa, remete àquela vó que te dizia, não chora, vovó vai te fazer um bolo, e aí você não resolvia o que deveria, não chorava o quanto precisava e tudo ficava mal conduzido. Agora, adulto, você precisa daquele bolo e muito mais calorias e em maior quantidade e frequência quando está ansioso ou triste. Não deixe de ter um acompanhamento psicológico junto com essa dieta”.
Bolo é um elemento emocional, verdade. E a turma de alemão está sempre combinando de levar bolo às aulas pra encorajar a passagem no túnel do Dark que acontece às 7h da manhã. Acalanto.
Minha lembrança de bolo da infância é de uma amiga que tenho há 34 anos que assava um bolo simples desde que tínhamos uns 9 anos, e minha contribuição era fazer furinhos com o garfo e depois espalhar o leite com açúcar e côco por cima. Melhor dose de dopamina do mundo!
Aliás, corri esta semana pra chegar em tempo à palestra do especialista no colégio das crianças. Dopamina da nossa época estava no bolo quentinho, na dos meus filhos, se entrego uma fatia de bolo pela tarde eles a enfiam na boca sem tirar os olhos do celular, a dopamina está lá, no vídeo game, no youtuber, não no bolo, nos disse o especialista.
Na família Lopes, a minha, mulher que não sabe fazer bolinho de chuva para as crianças vai parar naquele poço de piche do antigo desenho Família Dinossauros, tem que saber fazer. Será meu destino em mais alguns anos, o poço, não faço bolinho de chuva.
Após uma reunião em um cliente, aparece no grupo “Sócios G2” do Whatsapp:
Enfim, minha hora de finalmente comer uma fatia! Esse veio parar na minha casa!
E aí lembrei de uma história que esse cliente nos contou em outra oportunidade, “esses bolos são feitos por aquele rapaz, ele tem uma história de vida muito difícil, nos procurou, deixou as drogas, mas a companheira não. Ela abandonou a própria filha aos seus cuidados, que não é o pai biológico da menina, e ele ganha a vida aqui conosco, fazendo os bolos da nossa lanchonete”. Nosso cliente é uma igreja, são cheios de graça e nos proporcionam experiências muito agradáveis sempre que os visitamos.
Tenho admiração por quem faz bolos. Eu não sei fazê-los, não sei mesmo. Mas sou cismada com eles. Há encanto nos bolos, eu gosto do efeito dos nossos bolos-presentes, gosto do calor humano que representam, lembram festa, café, balão, confete e gente, e é com gente que a gente se importa.
Quem é que como um bolo inteiro, sozinho? Então? Vai um pouco de dopamina? Quando é seu aniversário? A gente pode colaborar pra que ele tenha ainda mais graça 😉 🙏