A sociedade está passando por muitas transformações, principalmente em relação ao consumo. Em um cenário de crise e problemas ambientais, vemos surgir um novo modelo de negócio: a economia compartilhada.
Hoje, vemos que as pessoas pararam de alugar filmes em locadoras para assisti-los em plataformas de streaming. Também é possível reduzir o uso do próprio carro para se locomover com veículos de aplicativos. Ou até mesmo utilizar o próprio carro para oferecer transporte a outras pessoas.
Assim, todas essas mudanças influenciam nossos hábitos de consumo e, não há dúvida, elas chegaram para ficar. Isso porque, além de facilitar a vida de quem consome, é uma fonte de renda para quem oferece o bem ou serviço.
Essa é a ideia principal do que chamamos de economia compartilhada. A seguir, vamos explicar como funciona esse modelo de negócio. Boa leitura!
O que é a economia compartilhada?
A economia compartilhada é um novo modelo social e econômico estruturado diante das novas tendências de consumo colaborativo. Em outras palavras, é baseado no compartilhamento de recursos humanos, físicos ou intelectuais, como trocas ou aluguel de bens.
Essa nova forma de pensar é baseada em um recurso limitado. Ou seja, recursos que precisam ser partilhados para que mais pessoas façam uso deles.
O sistema surgiu no pós-crise mundial em 2008. Após abalos econômicos, principalmente nos Estados Unidos, as pessoas perceberam que é possível transformar um bem em algo rentável.
Dessa forma, criou-se uma perspectiva mais coletiva, oferecendo vantagens tanto para quem consome como para quem oferece.
Diante da nova realidade, muitas empresas já estão inseridas nesse modelo, sendo que a maioria tem características em comum. O centro do modelo é focado no acesso a bens pouco utilizados ou que foram substituídos.
Logo, empresas inseridas no modelo constroem seus negócios em redes descentralizadas e marketplaces. Assim, oferecem produtos que beneficiam o consumidor, concedendo o acesso fácil a bens e serviços.
Nesse novo modelo, as empresas geram uma sensação de benefício mútuo e responsabilidade construída de modo coletivo. Aliás, hoje é possível criar toda a estrutura no universo digital e interativo, como sites, plataformas ou aplicativos.
Como funciona a economia compartilhada?
O foco da economia compartilhada é a interação entre as pessoas, que podem aproveitar para trocar ou vender bens que estão parados.
Aliás, esse comportamento é a essência do novo sistema: pegar algo que você tem e compartilhar com as pessoas de alguma maneira. Dessa forma, você oferece uma solução para alguém e cria uma fonte de renda para você.
Para entender como as empresas estão inseridas nesse processo, vamos analisar o Waze, aplicativo de GPS. A ideia do sistema é oferecer dados e alertas de tráfego compartilhados pelos usuários em tempo real.
Assim, conta com a colaboração da comunidade, aproximando pessoas com interesses comuns em um ambiente. Alguns especialistas afirmam que a economia compartilhada contempla 3 possíveis tipos de sistemas. Dentre eles:
Mercados de redistribuição
Ocorre quando um item usado passa de um local onde ele não é mais necessário para onde ele é. Esse sistema é baseado na ideia de reduza, reuse, recicle, repare e redistribua.
Lifestyle colaborativos
Esse sistema é baseado no compartilhamento de recursos, como habilidade, tempo, informações e dinheiro.
Sistemas de produtos e serviços
Ocorre quando o consumidor paga pelo benefício do produto e não pelo produto em si. Por exemplo, quando compramos um CD não precisamos do objetivo, mas da música que toca nele.
Com esse novo sistema, as pessoas podem manter o estilo de vida, sem precisar adquirir mais. Ou seja, não só impacta positivamente no bolso, mas também na sustentabilidade do planeta.
4 exemplos de empresas que apostam na economia compartilhada
Como explicamos anteriormente, algumas empresas já estão inseridas nesse modelo de negócio. A seguir, vamos apresentar 4 exemplos para que você entenda melhor o conceito de economia compartilhada.
Venda de produtos usados
Faz parte da essência da economia compartilhada, a venda de produtos usados. Afinal, você transforma um bem em algo útil para outra pessoa e, ao mesmo tempo, em uma fonte de renda para você.
Nesse modelo podemos citar empresas como Enjoei, Mercado Livre e OLX. As duas plataformas permitem que você anuncie um produto parado ou substituído para que outras pessoas possam comprar.
Entregas e delivery
Os aplicativos de entrega, seja de alimentação ou compras no geral, não ficam de fora da economia compartilhada. Aqui, podemos citar apps como Rappi, iFood, Loggi, Glovo, Uber Eats, entre outros.
Os aplicativos de delivery de alimentos permitem que o usuário acesse todas as informações do restaurante com mais facilidade. Com ele, você consulta cardápio, faz o pedido e o pagamento de forma online.
Além disso, se você tem uma moto ou bicicleta, pode se cadastrar para fazer as entregas pelo app. Então, a parte colaborativa desses sistemas está na oferta de produtos e na entrega.
No caso da Rappi e Loggi, as empresas entregam diferentes tipos de produtos. Inclusive, é possível contar com um profissional que vai até o estabelecimento de sua preferência para fazer a compra.
Hospedagem
O setor hoteleiro também tem investido na economia compartilhada. O Airbnb, por exemplo, permite que você alugue a sua casa para viajantes de todo o mundo.
Dessa forma, a empresa conseguiu baratear as hospedagens e garantir uma renda extra para donos de imóveis. Também podemos citar os serviços da Pethub, que trouxe a possibilidade de hospedar animais de outras pessoas e ganhar dinheiro com isso.
Transporte
Nesse setor podemos citar empresas como Uber e 99. Ambas são líderes no mercado de transporte colaborativo no Brasil.
Aqui, a modalidade de economia compartilhada permite que você faça do seu carro um meio de transporte de passageiros. Assim, você facilita a vida de quem precisa de um deslocamento e, ao mesmo tempo, garante uma renda para você.
Outro exemplo de transporte é a Buser, que foge da lógica tradicional de ônibus e oferece transporte intermunicipal mais em conta.
O BlaBlaCar também é um app que permite pegar e oferecer carona para os usuários do app. Nesse caso, todo mundo compartilha o custo da viagem, o que alivia o bolso do motorista e do passageiro.
Conclusão
Como visto, a economia compartilhada trouxe muitas mudanças para a forma de consumo. Além de impactar positivamente no bolso, também garante sustentabilidade para o planeta.
Portanto, vale a pena acompanhar essa tendência para entender como ela impacta no seu negócio.